quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vodafone confirma: Há países com acesso direto à rede


O que já se desconfiava, está confirmado. A operadora VODAFONE confirma que há seis países que têm acesso a toda a informação do cidadão, sem ter que pedir qualquer tipo de autorização à operadora. As autoridades governamentais podem aceder às chamadas e mensagens, fazer qualquer gravação e, até, localizar remotamente o cliente através do número de telemóvel. Num relatório tornado público, a operadora procedeu à análise detalhada da legislação de 29 países. Nesse relatório (disponível aqui), a VODAFONE reporta que há visões claramente divergentes e muito pouco coerentes até entre estados membros da União Europeia. Segundo os analistas da empresa, os governos revelam pouca coerência e falta de consistência nas respostas apropriadas aos pedidos públicos de transparência legislativa. O mesmo acontece em relação às atitudes dos cidadãos em resposta às alegações de controlo governamental, que podem variar consideravelmente de país para país.


A VODAFONE divulgou ainda que há seis países que proíbem que a empresa divulgue os números de pedidos de informação dos governos, são estes a África do Sul, Albânia, Egipto, Hungria, Índia e Turquia.


Em Portugal foram feitos 28145 pedidos de informação a clientes, mas é, garantidamente, um dos países que não tem este acesso direto. Segundo a constituição, só há duas situações em que os tribunais podem autorizar o acesso à informação, no caso de investigações criminais ou se o Presidente da Republica decretar o estado de emergência ou estado de sítio.


Este tipo de notícias vem apenas confirmar que não se faz actualmente qualquer jornalismo de investigação em Portugal. Já aqui denunciei que a imprensa deste país está num estado lastimável. Não vale a pena escutar os noticiários televisivos em Portugal, algo de que eu já há muito prescindo. O leitor dos jornais, o ouvinte da rádio ou o telespectador está condenado a ver repetidamente a mesma notícia nos 3 meios. O controlo dos media por parte dos grandes grupos económicos não dá isenção e liberdade ao jornalista, que está dependente de um mísero salário para pagar as suas contas. Neste caso, foi necessário uma empresa fazer a investigação e denunciar os governos autoritários. Senhor jornalista, investigue e denuncie. Esse é o seu trabalho. Não pode limitar-se a fazer a tradução de uma notícia qualquer de outro país. Assim não, senhores jornalistas...

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