domingo, 8 de junho de 2014

Roland Garros 2014: um Grand-Slam de desilusões

Esta edição de 2014 do Torneio Roland Garros tem sido uma verdadeira desilusão. Na verdade, em jeito de balanço antes das finais feminina e masculina, são mais os nomes que desiludiram nos courts parisienses do que aqueles que se revelaram ao mundo.
 
O céu carregado e a chuva que tem brindado as últimas edições apareceram este ano com ainda mais frequência e as primeiras rondas foram jogadas por entre os pingos de chuva que teimavam em caír. O mau tempo que continua a fazer-se sentir nos últimos dias de maio e primeiros de junho arrefeceu os jogadores e retirou entusiasmo ao público. Nestas alturas, o calor e o azul do ceu australiano são imagens permanentes nas nossas mentes...
 
Mas o ténis lá acabou por aparecer na segunda semana. E o que vimos? A eliminação precoce de Serena Williams, Na Li, Petra Kvitova, Samantha Stosur no torneio feminino. Dias maus para Roger Federer e Tomas Berdych e um dia péssimo para Andy Murray (derrotado numa meia final que durou pouco mais de 1h30).
 
E os grandes duelos a que nos habituámos a assistir em Grand-Slams estiveram longe de acontecer, pelo menos até às finais deste fim de semana. No meio de tanta desilusão, há três grandes revelações, todas no feminino.
 
A espanhola, natural da Venezuela, Garbine Muguruza elevou o nível do seu ténis e, depois de eliminar a grande favorita Serena Williams, esteve muito perto de eliminar a russa Sharapova. E quem, aos 20 anos, é capaz de se bater de igual para igual com estas lendas do ténis atual, terá certamente um futuro promissor. E o que dizer de uma jovem canadiana de 19 anos que atingiu meias-finais dos dois Grand-Slams de 2014? Eugenie Bouchard jogava há exatamente dois anos no court 18 de Roland-Garros com não mais de 6 pessoas a assistir (entre os quais eu me incluía). 2 anos mais tarde ganhava o primeiro set a Maria Sharapova num lotado Philippe Chatrier.

Mas, aconteça o que acontecer, a grande estrela desta edição de Roland-Garros foi a romena Simona Halep. A jovem e "pequena" romena apresentou o melhor ténis e espalhou charme pelos courts e pelos estúdios de televisão. Com uma esquerda forte e um jogo agressivo muito equilibrado, Halep é já considerada o Djoko do ténis feminino, a meu ver com muito sentido.
 
 
Ernest Gulbis foi o único jogador masculino que terá ido mais além do que aquilo que se esperava. Derrotou Federer e Berdych, aproveitando dias menos bons dos adversários, mas quando defrontou um ex-número um a jogar ao seu melhor nível (Djokovic) ofereceu a resistência possível. Diria que foi mais uma confirmação do que uma revelação, até porque o jogador letão já tem 25 anos e alguns títulos ATP no seu curriculo.
 
Maria Sharapova, Rafael Nadal e Novak Djokovic não desiludiram e chegaram onde se esperava que chegassem. Os três campeões atingiram a final de RG com muito mérito e, aconteça o que acontecer, sairão de Paris com a sensação do dever cumprido.

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