quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Sharapova sobrevive

Dia 4 do Australian Open e o ténis a subir de nível. Ainda não aconteceram aqueles duelos para mais tarde recordar. Para já só uma grande surpresa... a eliminação do quinto cabeça de série por um espanhol ilustre desconhecido que começou há menos de dois anos a disputar ATP Masters. Del Potro caíu perante Roberto Bautista, sexagésimo segundo do ranking. Um jogador que eu não me lembro de alguma vez ter visto jogar e que curiosamente nem sequer tem foto no site oficial do torneio. Nadal agradecerá ao seu compatriota por ter tirado do seu caminho um adversário temido.

Mas o duelo do dia foi aquele que opos Maria Sharapova à italiana Karin Knapp. Na verdade duas veteranas do circuito feminino, ambas com 27 anos e muita experiência de grandes torneios. Já fiz referência neste blogue que o jogo de Sharapova parece mais espetacular no ecrã do que ao vivo. Um jogo de força, de gritos, vertical, de fundo de court e muito pouco criativo. Ver Sharapova jogar ao vivo foi uma desilusão.

Mas hoje, a russa mostrou de que fibra é feita perante uma adversária à altura. Debaixo de um calor tórrido (temperaturas de 43 e 44ºC) que obrigou a organização a accionar o alerta de calor extremo e adiar os últimos sets dos encontros, estas duas jogadoras tiveram mesmo que jogar até ao fim. Três duros sets (43, 50 e 115 minutos) permitiram à russa passar à ronda seguinte por 6-3, 4-6 e 10-8.  Knapp a jogar com o coração, Sharapova com o seu jogo de sempre (e as duplas faltas de sempre, chegando a cometer 3 faltas num jogo da terceira partida) e cerca de 3 horas e meia de ténis sofrido, tenso, emotivo, apesar de nem sempre bem jogado.


Maria Sharapova soube sofrer e multiplicar-se para sobreviver...
E, no fim de encontros destes, saem os dois jogadores vitoriosos, com um sorriso nos lábios e debaixo de uma forte ovação de um público que rende sempre homenagem à garra dos jogadores, por vezes a rondar o esforço sobre-humano.  



quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Antítese de um(a) jogador(a) de ténis

Não queria nada que este fosse o meu primeiro post sobre ténis no Australian Open.

É certo que ainda estamos na primeira semana, de aquecimento (e que quente está com a temperatura hoje a atingir os 44ºC), e que ainda não houve duelos sequer interessantes. A temperatura é elevada, mas o ténis ainda muito morno...

Os pushers são uma espécie que existem no ténis. E pelo que vejo não estão em vias de extinção, muito longe disso. Em jogos no clube do bairro mas também no ténis profissional ao mais alto nível. E se no clube do bairro muitas vezes levam a melhor, no ténis profissional às vezes também acontece. 



Monica Niculesco é uma jogadora romena, número 64 do ranking, que passaria completamente despercebida, não fosse o seu estilo de jogo. Uma jogadora que não nasceu naturalmente para o ténis, mas que conseguiu contornar essa falta de aptência natural com um estilo de jogo sui generis. Isto é o mínimo que se pode dizer de uma jogadora profissional de ténis que não sabe bater uma direita normal. Uma jogadora destra que bate todas as direitas em slice. Obviamente que não faz um único winner de direita, pois não é seu objetivo ganhar pontos mas antes esperar que a adversária os perca. E foi exatamente isso que Monica Niculesco fez contra uma das jogadoras que mais gosto de ver jogar, Sabine Lisicki. 


Sabine Lisicki, número 15 do ranking, é uma jogadora ofensiva, com uma técnica aprimorada. Um serviço só superado no circuito feminino por Serena Williams e uma direita potente que lhe oferece muitos pontos ganhantes. Aliás, Lisicki cometeu muito recentemente a proeza de eliminar Serena de Wimbledon.

E assim foi... 10 ases de Lisicki contra zero de Niculesco. 43 winners contra 8 da romena (sim, apenas 8 pontos ganhantes em quase 200 pontos jogados) e, no fim, 6-2, 2-6 e 2-6 para a romena. 

Sabine, a finalista em 2013 de Wimbledon, já foi mais cedo para casa. E, como sempre, Niculesco jogará mais uma ou duas rondas antes de regressar à Roménia.

Aí está o Australian Open 2014!


Demorou, mas chegou...

O Australian Open aí está, em todo o seu esplendor ! Entrou 2014 e o primeiro Grand Slam do ano chegou.

Este ano parece que demorou mais. Entre o US Open, em Setembro, e o Australian Open surge o vazio. Não completamente, pois há Masters 1000, torneios ATP 500/250 e o ATP World Tour Finals que fecha a época tenística. Mas quando termina o Grand Slam das Américas, começa logo a contagem decrescente para o Grand Slam da Oceania. 

Já aqui disse em outro post, passa agora exatamente um ano, que o Australian Open era, juntamente com o French Open, um dos meus Grand Slam preferidos. Hoje, em Janeiro de 2014, já posso afirmar que o torneio australiano me conquistou de tal maneira que já é o meu Grand Slam preferido. O charme de Roland-Garros, que sempre foi o meu torneio de eleição, perdeu-se nos últimos anos. Acentua-se a decadência do recinto, que não acompanhou o crescimento do torneio, e as péssimas condições atmosféricas dos 2 últimos anos que sistematicamente atrasam o calendário e até fizeram com que a final do último ano se realizasse numa tarde ventosa e chuvosa de uma ... segunda-feira.

Em Melbourne é tudo oposto. É verão, estão 40ºC à sombra, há alegria e muita cor... Ao contrário de Roland Garros, não conheço (com muita pena minha) o recinto do torneio australiano. Mas a impressão que fica é que as condições são ótimas. É tudo limpo, tudo novo, tudo azul e branco... e os jogadores dizem o mesmo, falam daquela energia que o público irradia. 

Muitos sorrisos, muita gente bonita, muito calor...