segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

PS e PSD oferecem Rendas à EDP

Ministro da Economia e Secretário de Estado, entretanto demitidos, confessam que este Governo não apoiou a defesa do interesse nacional. Concretamente, sabe-se que o PS ofereceu as Rendas à EDP. Entretanto a Troika exigiu que se cortassem essas rendas, o Ministro da Economia Alvaro Santos Pereira teria tentado com o apoio dado pelo seu Secretário de Estado, Henrique Gosmes que tem a coragem de dar esta entrevista.

E o que sucedeu?
A maioria do Governo (PSD) tal como os que o sucedeu (PS) não estavam ao lado dos portugueses, do interesse público. Foram feitos estudos, entregue o Relatório e na hora de cortar as rendas excessivas... demite-se o Secretário de Estado. E, algum tempo mais tarde, o Ministro da Economia.

O Presidente da EDP comemora com Champanhe as demissões. E o Português paga os 4 mil milhões que a EDP não foi obrigada a cortar nas Rendas Excessivas.

Há palavras para isto?

Veja para acreditar:

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ATP World Tour Finals

Nadal pode (e vai) terminar esta época como número um mundial, mas esta foi a noite de Djokovic. Foi assim que os (excelentes) comentadores do Sky Sports (Boris Becker incluído) finalizaram uma semana intensa de emissões cheia de emoção e ténis de muito bom nível. É certo que este torneio, tal como os Masters ATP são incomparáveis a qualquer um dos Torneios Grand Slam. É certo que um encontro de ténis jogado em recinto fechado não é a mesma coisa que um onde a chuva, o vento podem sobrepor-se a tática previamente definida. E, principalmente, um encontro jogado em "melhor de 3 partidas" é incomparavelmente menos emotivo e equilibrado do que um confronto jogado em "melhor de 5 partidas".

Esta foi de facto a final desejada por todos os apaixonados do ténis. Frente a frente o número 1 do ranking masculino com o número 2 e detentor desta taça. Apesar disso, não foi uma daquelas finais que irá ser recordada daqui a alguns anos, principalmente por culpa do espanhol, que esteve longe do seu melhor nível. Com um serviço pouco eficaz e 4 duplas faltas contra zero do sérvio, foi a direita que verdadeiramente atraiçoou Nadal esta noite. A pancada que o espanhol melhorou consideravelmente durante o recente interregno, e que o catapultou novamente para a liderança do ranking ATP, não conseguiu fazer a diferença esta noite. E tantas bolas ficaram curtas, principalmente no serviço de Nole, que esteve a muito bom nível, que o sérvio não foi obrigado a fazer mais do que o seu jogo, a abrir ângulos e a controlar o jogo no fundo do court, causando muitas dificuldades ao maiorquino.

As estatísticas desta final mostram ainda que Djoko conseguiu 6 ases contra 1 de Nadal. Além de desastrado no serviço, a noite não do maiorquino confirma-se nas estatísticas da resposta ao serviço. Rafa consegue a "proeza" de ter obtido menos pontos no 2.º serviço do sérvio (30%) do que no 1.º serviço (31%). Em qualquer dos casos, percentagens muito baixas quando comparadas com as de Novak (50% e 42%, repectivamente).



1 hora e 36 minutos de domínio total de Nole (6-3, 6-4), na sua superfície preferida. A época ainda não termina aqui para o sérvio que irá defender as cores do seu país, em casa, contra a República Checa, numa Final da Taça Davis 2013 que se adivinha equilibrada. Faz agora um ano tive o imenso prazer de assistir na República Checa a essa tão emocionante 100.ª Final da Taça Davis disputada entre espanhóis e checos (post de 18 de novembro de 2012). E, não convém esquecer, a República Checa conquistou pela primeira vez a Fed Cup e Davis Cup no ano de 2012.

Aconteça o que acontecer na Arena de Belgrado entre 15 e 17 de novembro, parabéns Nole!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Charles Lloyd

Charles Loyd nasceu a 15 de março de 1938 em Memphis. Lloyd começou a tocar saxofone aos 9 anos, apesar de ter aulas de piano. Lloyd converteu-se num companheiro habitual de bandas de blues de B. B. King, Howlin Wolf, Bobby "Blue" Band entre outros.


Pode ouvir-se a tocar saxofone e flauta nesta faixa "Tellaro" do CD "Fish out of water" da ECM 1989 juntamente com Jon Christensen (bateria), Palle Danieldsson (contra baixo) e Bobo Stenson (piano).



domingo, 20 de outubro de 2013

Portugal, paraíso dos corruptos

Vale a pena ver este vídeo, de apenas 5m37 onde Caiado Gerreiro e Paulo Morais explicam como os políticos enganam os portugueses e como, se Portugal adoptasse medidas claras para combater a corrupção, poderia ter o nível de vida da Dinamarca.
 
Uma farsa para iludir os portugueses onde os corruptos, em julgamentos triturantes que saem caríssimo aos contribuintes, acabam ser por ser ilibados. Um vídeo onde, numa linguagem simples e clara, se percebe como Portugal se tornou num verdadeiro paraíso para os corruptos.

sábado, 28 de setembro de 2013

Lisboa é cidade menos honesta

A Reader’s Digest andou a perder carteiras com dinheiro por diversas cidades do planeta. Das 12 que deixou em Lisboa, apenas uma voltou. Resultado: último lugar neste "top da honestidade".

Least honest: Lisbon, Portugal. Esta é a nova chancela da capital portuguesa e foi atribuída pela Reader's Digest (RD). Este anti-Óscar de cidade "menos honesta do mundo" acaba de ser conquistado graças a um estudo realizado por aquela revista internacional, que tem edições nacionais em 49 países, Portugal incluído.
 
 
 
A Reader's Digest escolheu 16 cidades por todo o mundo e, em cada uma, os seus repórteres "perderam" 12 carteiras, deixando-as em "parques, centros comerciais, passeios". Cada exemplar continha "um número de telemóvel, uma foto de família, cupões, cartões-de-visita e o equivalente a 50 dólares [37 euros]. "Depois, esperámos para ver o que acontecia", resumem.

E o que aconteceu foi muito diferente de cidade para cidade. Se em Helsínquia 11 das 12 carteiras foram devolvidas – o que deu à capital finlandesa o 1.º lugar do top –, já por Portugal as coisas correram menos bem. Em Lisboa apenas uma voltou aos seus donos, tornando as contas fatalmente óbvias: o apodo de least honest vai mesmo para a capital portuguesa.

O cenário torna-se ainda menos abonatório para Portugal quando se descobre, como conta a RD, que as únicas cobaias "lisboetas" honestas, afinal, não eram nem lisboetas nem portuguesas. A única carteira alfacinha recuperada pela revista foi devolvida por "um casal dos seus 60 anos": "Avistaram a carteira e telefonaram-nos imediatamente", resumem. E, logo a seguir, sublinham que, "interessantemente", os repórteres descobriram que "os dois nem eram de Lisboa", "eram turistas vindos da Holanda".
Resumindo e concluindo: "As restantes 11 carteiras, com o dinheiro e tudo o resto, foram levadas".

Outras conclusões do "teste da carteira perdida" podem também surpreender muitos estereótipos quando se observa como ficou alinhado o top das Most Honest Cities: logo a seguir à "honesta" Helsínquia, encontram-se a indiana Bombaim, onde foram devolvidas nove carteiras, ou Budapeste (oito).
Já para o final da tabela e muito perto do singular resultado lisboeta, encontram-se a romena Bucareste, o Rio de Janeiro ou Zurique (quatro carteiras devolvidas em cada uma); Praga (três) e, numa quase sincronia ibérica, Madrid, onde foram recuperadas duas carteiras.

Quanto a questões como idade, sexo ou poder económico, estas parecem não ser decisivas na hora de optar pela honestidade ou pela desonestidade: "Ao analisarmos os nossos resultados, concluímos que a idade não é um factor de previsibilidade", "tanto velhos como novos conservaram ou devolveram as carteiras"; "homens e mulheres foram imprevisíveis" e "o poder económico relativo pareceu não ser garantia de honestidade".

Top das Cidades Mais Honestas

1. Helsínquia, Finlândia (11 em 12)
2. Bombaim, Índia (9 em 12)
3. Budapeste, Hungria (8 em 12)
Nova Iorque, EUA (8 em 12)
4. Moscovo, Rússia (7 em 12)
Amesterdão, Holanda (7 em 12)
5. Berlim, Alemanha (6 em 12)
Ljubljana, Eslovénia (6 em 12)
6. Londres, Reino Unido (5 em 12)
Varsóvia, Polónia (5 em 12)
7. Bucareste, Roménia (4 em 12)
Rio de Janeiro, Brasil (4 em 12)
Zurique, Suíça (4 em 12)
8. Praga, República Checa (3 em 12)
9. Madrid, Espanha (2 em 12)
10. Lisboa, Portugal (1 em 12)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Os Privilegiados

Da autoria de Gustavo Sampaio, foi hoje lançado o livro intitulado "Os Privilegiados".

Finalmente, jornalismo de investigação, com dados concretos, números, nomeações, revelações, tudo "preto no branco". O que é mais surpreendente é que mais de metade dos nossos representantes na Assembleia da Republica não está ali por espírito de missão, amor à pátria ou defesa dos interesses do povo. São exatamente 117 os deputados que ali se sentam a tratar dos seus interesses pessoais ou das empresas que representam. Estão ali em part-time, como estão os rapazes que nos vendem hamburgueres no MacDonalds. Mas ganham um pouco mais e, ainda mais interessante, participam nos negócios entre o Estado e as Empresas de cujas administrações fazem parte. E, claro está, podemos confiar nestes senhores que tudo farão para defender os interesses do Estado, de todos (alguns de) nós.

Senhores jornalistas, ganhem coragem e investiguem. Olhem para o vosso colega Gustavo Sampaio. Libertem-se dos Conselhos de Administração das vossas Rádios e Televisões. Libertem-se do Conselho Editorial dos vossos jornais e publiquem tudo o que sabem e que os portugueses precisam e merecem saber.



SINOPSE

Dos 230 deputados à Assembleia da República, 117 estão em regime de part-time, acumulando as funções parlamentares com outras atividades profissionais no setor privado. Advogados, juristas, médicos, engenheiros, consultores, empresários, etc. Em diversos casos, prestando serviços remunerados a empresas que operam em setores de atividade fiscalizados por comissões parlamentares que os mesmos deputados integram. Ao que se acrescem as ligações a empresas (cargos de administração, participações acionistas, serviços de consultoria, etc.) que beneficiam de iniciativas legislativas, subsídios públicos ou contratos adjudicados por entidades públicas visando a execução de obras, o fornecimento de produtos ou a prestação de serviços. Conflitos de interesses? Dezenas de exemplos concretos são apresentados nas páginas deste livro. Dos corredores do poder político para as salas de reunião dos conselhos de administração, e demais órgãos sociais, das maiores empresas portuguesas, com ou sem período de nojo. Um fluxo recorrente entre cargos públicos e privados. Das 20 empresas cotadas no índice PSI 20, por exemplo, 16 contam com ex-políticos em cargos de administração. Por vezes são ex-governantes que decidiram sobre matérias que implicam as empresas para as quais vão depois trabalhar, ou até administrar. Sabia que as subvenções vitalícias dos políticos foram criadas numa altura em que Portugal estava sob assistência financeira do FMI? Que foram alvo de um veto presidencial? Que duplicam de valor quando o beneficiário alcança os 60 anos de idade? Que apesar de terem sido revogadas há 8 anos, o número de beneficiários continua a aumentar? Que a identidade dos beneficiários passou a ser secreta? Ou que há políticos que a requereram com idade inferior a 50 anos? Pedro Passos Coelho prometeu que iria fazer nomeações com base no mérito e não nas ligações partidárias. Apesar da maior transparência, as 142 nomeações com ligações partidárias para altos cargos dirigentes na Administração Pública, identificadas neste livro, demonstram que os boys continuam a ser favorecidos. O jornalista Gustavo Sampaio traz-nos um livro revelador, onde depois de uma exaustiva e rigorosa pesquisa, apresenta-nos as zonas cinzentas entre o interesse público e privado, e faz as ligações que nos permitem perceber como políticas e ex-políticos gerem interesses, movem influências e beneficiam de direitos adquiridos.

sábado, 13 de julho de 2013

Billie Holiday

Eleanora Fagan (1915-1959) é dona de uma das vozes femininas mais emocionantes da história da música americana e, por muitos, considerada a maior cantora de jazz de todos os tempos. Conhecida como Billie Holiday, inspirou artigos, livros, filmes e produções teatrais, quase sempre centrados na sua vida pessoal e não nas suas excelentes interpretações vocais.

Aos 10 anos, Billie foi enviada para um reformatório católico devido à negligência da mãe. O pai, músico de jazz, tinha-a abandonado quando era bebé. A infância da cantora foi bastante complicada e, mais tarde, esteve num reformatório católico, após admitir ter sido violada. Com 12 anos, saiu do reformatório e mudou-se para Nova Iorque com a mãe. Com cerca de 15 anos, começou a cantar em clubes nocturnos.
 
O talento de Billie Holiday foi descoberto em 1933, durante uma actuação no bar Monette's, no Harlem, em Nova Iorque, por um responsável da editora Columbia. Logo no início da sua carreira, a artista ganhou seu apelido Lady Day e passou a usar sua marca registada: uma flor de gardenia no cabelo.
 
Lady Day sempre enfrentou o preconceito racial. Em 1938, como vocalista de Artie Shaw, ela tinha que entrar no teatro pelas portas de serviço, era impedida de ir aos melhores restaurantes e obrigada a hospedar-se em pensões de subúrbios e não nos mesmos hotéis da banda, cujas portas eram fechadas a negros. Em 1939, a cantora empresta este seu sofrimento e indignação para a canção Strange Fruit. A música fala de um fruto estranho dependurado numa árvore do sul dos EUA: o corpo linchado de um negro. A expressividade de sua voz costura o realismo da narrativa da canção que se transformou num libelo contra a discriminação racial. Strange Fruit foi, no entanto, proibida de passar em muitas rádios.

 

Billie Holiday adoeceu gravemente em maio de 1959, depois da sua última actuação em Nova Iorque, com problemas no fígado e no coração. Contudo, nem por isso abandonou a heroína, o que lhe valeu mais uma detenção por posse de droga. A cantora morreu a 17 de julho desse ano, com 44 anos. Billie Holliday deixou uma obra que constitui uma referência no mundo do jazz, marcada pela sensualidade da sua voz quente.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Sara Errani

As atenções estavam viradas, nesta terça-feira, para o duelo feminino Serena Williams-Svetlana Kuznetsova. A tenista russa, que foi prematuramente eliminada na edição deste ano do Portugal Open, vendeu cara a derrota e conseguiu a proeza de conquistar o primeiro set do torneio à número um mundial.

Mas não terá sido por acaso que o encontro escolhido para o Court Philippe Chatrier foi aquele que opunha a vice-campeã da edição 2012 do Torneio de Roland-Garros, Sara Errani, à polaca Agnieszka Radvanska. E os milhares de espectadores que presenciaram a partida não deram por mal empregue o tempo que ali passaram, que culminou com a vitória da italiana.


Se é certo que, quando comparado com a primeira batalha, esta parecia jogar-se em slow motion, é ainda mais certo que o esplendor do ténis saiu reforçado deste duelo, que muito justamente foi considerado pelo Eurosport, o Duelo do Dia. E a razão é muito simples...

O ténis físico de Williams e Kuznetsova deu lugar a um ténis cerebral, pensado, inteligente.

A bola amarela, quase esmagada nas raquetes da americana e da russa, foi ali muito bem tratada e, em muitas ocasiões, acariciada pelos amorties e lobs sistemáticos da italiana e da polaca.

Não tenho nada contra o ténis físico, a potência de bola, os sprints. Mas aprecio de facto o ténis criativo, variado, inesperado, inteligente. E quem melhor do que Errani e Radvanska para nos proporcionarem esse ténis.

Já sabemos que muito dificilmente alguma destas jogadoras entrará no Top 4 mundial. Por outro lado, Sara Errani com o seu 1,64 m e 58 kg, já é número 5 e tel elevado bem alto o nível do ténis italiano. Além disso, é só, juntamente com a sua amiga e compatriota Roberta Vinci, a número 1 mundial de pares femininos. E, no ano passado, além de ter conquistado o Torneio de Roland-Garros em pares femininos, foi vice-campeã em singulares.

Como nota pessoal, e enquanto espectador, não posso deixar de dizer que assistir a uma meia-final feminina de Roland-Garros em que jogue Sara Errani é muito mais emocionante do que outra em que jogue Maria Sharapova. Tive essa experiência, no Philippe Chatrier em 2012, onde assisti à empatia que se cria entre Errani e o público, fruto da sua garra e criatividade, em contraponto à frieza e ao ténis mecanizado de Sharapova. Além disso, tendo tido oportunidade de estar a poucos metros de Errani, pude igualmente presenciar o carinho que os adeptos italianos têm por esta pequena jogadora, que lhes retribui com o sorriso e simpatia.

São coisas que não transparecem nos ecrãs de televisão, mas que fazem desta pequena italiana uma grande jogadora!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A pronação no ténis

O movimento de pronação do antebraço é o movimento que ocorre no plano transverso, entre o rádio e a ulna. É mais comum a pronação do pé, que consiste numa rotação interna excessiva do pé e tornozelo. Na corrida, a pronação desperdiça energia, tornando o estilo de corrida ineficiente e aumentando o risco de dores nas articulações ou lesões.
 
No caso do serviço, este movimento de rotação do antebraço no momento da pancada vai permitir que a face da raquete (paralela à palma da mão) bata na bola de uma forma paralela à rede e, assim, aumente a potência da pancada.
 
No vídeo seguinte mostra-se este movimento pouco conhecido da maioria dos praticantes de ténis recreativo. A pronação desdobra-se, conforme bem  explicado, em 3 partes simples.




1.º Fazer a aproximação da raquete à bola com a armação (e não com a corda da raquete). Neste primeiro momento, a raquete encontra-se perpendicular à rede, a fim de retardar a abertura da face da raquete e, assim, diminuir o atrito do movimento.
 
2.º No momento de tocar na bola, escovar com a corda, da direita para a esquerda;
 
3.º Finalizar o movimento, com rotação do antebraço (pronação) e bater a bola na extremidade esquerda da corda, que já se encontra paralela à rede. A abertura da face da raquete ocorre nesta terceira fase do movimento.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O que é ser Professor

Jô Soares definia assim o que é ser Professor!


O material escolar mais barato que existe na praça é o professor.

É jovem, não tem experiência.

É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de "barriga cheia".

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta à escola, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".

Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.

Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.

A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.

Escreve pouco, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.
Elogia, é parvo.

O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".

É! O professor está sempre errado, mas se conseguiu ler até aqui, agradeça-lhe a ele.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Escravatura do Século XXI


Sem nos apercebermos, aproveitando-se da apatia generalizada de gerações mais novas pouco acostumadas a lutas colectivas e mais dadas ao convívio com um monitor de mais ou menos polegadas, há quem já esteja a tratar de impedir o livre acesso às sementes. Como não podem roubar a terra, as astutas multinacionais em colaboração com os governantes tecnocratas, estão em vias de manipular o acesso generalizado às sementes. Se não estivermos nós atentos, os nossos filhos e netos sofrerão a nova escravatura do século XXI.


Miguel Esteves Cardoso escrevia ontem, no jornal Público.


No PÚBLICO.pt de ontem dá-se conta de uma reportagem da LUSA sobre o protesto dos pequenos produtores da aldeia transmontana de Duas Igrejas contra a nova lei das sementes que está quase a ser aprovada pelo Parlamento Europeu. Falam por todas as sementes, todas as hortas, todos os agricultores e, sobretudo, pela economia e cultura portuguesas. A lei das sementes - que proíbe, regulamentando, a milenária troca de sementes entre produtores - é pior do que uma invasão francesa de Napoleão.
É uma invasão fascista que quer queimar a terra para preparar a incursão das agro-corporações multinacionais (como a gigantesca e sinistra Monsanto) que virão patentear as sementes que são nossas há que séculos, obrigando-nos depois a pagar-lhes direitos de autor, só por serem legalisticamente mais espertos. Pense-se em cada semente como uma palavra da língua portuguesa. Na nova lei colonialista das sementes é como obrigar os portugueses a sofrer a chatice e a despesa de registar tudo o que dizem, burocratizando cada conversa.
Atenção: é o pior ataque à nossa cultura e economia desde que todos nascemos. Querem empobrecer-nos e tornar-nos ainda mais pobres do que somos, roubando-nos as nossas poucas riquezas para podermos passar a ter de comprá-las a empresas multinacionais que se apoderaram delas, legalmente mas sem qualquer mérito, desculpa ou escrutínio.
Revoltemo-nos. Já. Faltam poucos dias antes de ser ter tarde de mais. E para sempre. Acorde.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Turning point (ponto de viragem)

Quem assistiu ao jogo de QF do Open de Madrid, entre os jogadores da casa David Ferrer e Rafael Nadal, não consegue esquecer aquele turning point ou ponto de viragem (inflexão) no final da segunda partida, quando o marcador estava 6-5 para Ferrer, que já havia conquistado o primeiro set.

Nadal servia para não perder o set e, assim, o encontro. Ou seja, Nadal servia para não ser eliminado do Open Madrileño que viria a conquistar. Nadal sobe à rede e, numa bola jogada para os seus pés, acaba por fazer um volei amortie, que lhe sai nitidamente mal. Ferrer corre para a bola e tem todo o tempo de que necessita para fazer o winner e, assim, ficar com 2 match-points a seu favor. E o que decide fazer?  Jogar pelo seguro e lançar a bola para o corpo do seu adversário, posicionado defensivamente a meio court e já certamente a fazer contas aos 2 match-points que teria que salvar. Mas o ténis tem coisas inexplicáveis e, numa reação in extremis, defende-se colocando a raquete nos seus pés que, caprichosamente, fez ressaltar a bola para o campo contrário. O incrédulo Ferrer ainda foi a tempo de devolver a bola mas a partir daí o ressuscitado Nadal já não daria segunda oportunidade ao companheiro espanhol. Ganhou logo esse ponto com um smash e, claro está, quase todos os que se seguiram a este turning point, como se pode ver no vídeo seguinte (o ponto a que se refere este post começa aos 16:00 minutos).


Cristiano Ronaldo e os seus companheiros do Real Madrid assistiram a um emocionante encontro de ténis. E tiveram a oportunidade de descobrir como um ponto de viragem pode de facto virar por completo o resultado de um encontro. Isto porque, depois de vencer a segunda partida no tie-break, Rafa passeou no terceiro set às custas desse ponto que não mais saiu da cabeça do esforçado David Ferrer. E, claro está, em vez de ser eliminado do torneio acabou vencendo o set decisivo por um escandaloso 6-0 !

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Serena esmaga Sharapova

Serena Williams é uma montanha para o circuito WTA. Uma montanha intransponível, principalmente para Maria Sharapova, que aspirava arrebatar o número um em Madrid. E, como tem acontecido sempre nos últimos anos, saiu da Caja Magica com uma cara que mostrava decepção, conformismo e cansaço. E não era para menos, porque o marcador 6-1 e 6-4 em pouco mais de uma hora, não deixava lugar a dúvidas.

A raínha do ténis continua a ser a americana que, com os seus 31 anos é a mais velha a conquistar a coroa de número um do ténis feminino. Julgo mesmo que apenas a rebelde Vitoria Azarenka, lhe poderá colocar algumas inquietações antes de um encontro. Quanto às restantes, Serena manda como e quando quer...



Sharapova apresentou-se nesta final do Open de Madrid com a esperança de virar um 12-2 adverso contra Serena Williams, mesmo se essas duas vitórias datam de um longinquo 2004. Mas cinco duplas faltas de rajada no primeiro set e a segurança da americana nos golpes de serviço, rapidamente definiram o set. A verdade é que a russa não consegue sequer disfarçar o medo com que enfrenta cada bola do seu segundo serviço e quase que prefere cometer uma segunda falta do que ter que suportar um winner na resposta ao seu serviço.

Estes jogos entre a russa e a americana tornam-se quase difíceis de suportar para os adeptos de Maria Sharapova, tal é a superioridade mental, física e tenística de Serena que, apesar dos 31 anos, é a primeira a obter duas conquistas consecutivas em Madrid, e já conta no seu palmarés 50 títulos , 10 dos quais em terra batida.

domingo, 5 de maio de 2013

(Estoril) Portugal Open

Terminou a 24.ª Edição do Estoril Open, este ano baptizado de Portugal Open. Entre 27 de abril e 5 de maio, João Lagos conseguiu trazer a Portugal um leque de jogadores masculinos e femininos que, não sendo a elite do ténis atual, constituía um excelente cartaz. Se é verdade que Juan Martin del Potro foi a baixa de última hora, a sua substituição por David Ferrer, Número 4 do ranking ATP, e a presença de Seppi, Monaco, Wawrinka, entre outros Top 50, não poderiam defraudar quem marcasse presença no Jamor. Já para não falar do Quadro Feminino,o melhor de sempre, com a italiana Schiavoni, vencedora em 2010 de Roland-Garros, e as bem conhecidas Dominika Cibulkova, Julia Gorges, Kuznetsova, entre outras. Infelizmente, nem este quadro de excelência chamou muito público ao Jamor, que se apresentou desoladoramente vazio na maioria das transmissões televisivas a que tive oportunidade de assistir.
 
Seria de todo injusto não ter uma palavra de apreço para João Lagos que, apesar da crise e da falta de patrocinadores, continua a esforçar-se por manter Portugal na rota do ténis internacional, com este Torneio ATP 250. Não foi certamente por falta de publicidade nem pelo preço dos bilhetes que o público não compareceu, mas antes pela falta de cultura desportiva num país que durante muitos anos investiu tudo numa única modalidade desportiva (futebol) e que será confrontado muito brevemente com o resultado falhado dessa aposta, numa altura em que já começamos a apercebermo-nos que até os jogadores da Seleção Nacional são jogadores medianos e quase desconhecidos.



 
Ténis de bom nível foi o que assistimos nas finais feminina e masculina. a russa Pavlyuchenkova venceu por 7-5 e 6-2 a espanhola Carla Suarez Navarro, finalista derrotada da edição anterior do Estoril Open. Treinada por Martina Hingis, a tenista russa fez valer a sua superioridade física, principalmente na pancada de serviço.   A jovem russa de 21 anos conseguiu assim o primeiro troféu na superfície de terra batida e seguirá diretamente para Madrid, onde disputará o Mutua Madrid Open.


E o que dizer da final masculina mais curta da história do Estoril Open? Em apenas 1 hora e 4 minutos, o helvético Stanislas Wawrinka "despachou" o número 4 mundial. O que foi evidente é que Ferrer nem teve tempo de assentar o seu jogo, apoiado numa consistência de fundo de court e numa direita forte e colocada. Wawrinka entrou bem no jogo e o espanhol não conseguiu encontrar soluções para a esquerda cruzada a uma mão, de uma beleza estética de fazer inveja aos adeptos desta pancada, como é o meu caso. Esta esquerda de Wawrinka, que está certamente ao nível da esquerda do seu colega e amigo Roger Federer, aliada a uma direita cruzada angulada em top-spin, foi mais do que suficiente para desfeitear David Ferrer com os parciais de 6-1 e 6-4.


sábado, 23 de março de 2013

Clifford Brown



É difícil imaginar um génio do jazz poder ter sido na sua juventude o melhor menino na terra, um aluno aplicado e um filho obediente assim como um tímido tão determinado quanto despretensioso. Em suma: um modelo de equilíbrio e clareza. Mas existiu e chamava-se Benjamin Clifford Brown. Tocava trompete, muito, mas muito melhor do que quase todos os seus rivais. Tinha 25 anos, quando um desses acidentes de carro que continuavam a ensanguentar as estradas da América termina abruptamente a sua carreira meteórica que, apesar de muito breve, evidenciou-se com um brilho excepcional.

Com apenas quatro anos de obra gravada, de março de 1952 até pouco antes da sua morte, em junho de 1956, Clifford entrou para a história do jazz como o trompetista de segunda geração que melhor assimilou as lições de Dizzy Gillespie, Fats Navarro e Miles Davis, sintetizando-as numa linguagem melódica própria, apoiada numa técnica primorosa.


Do album Clifford Brown Memorial Album, Brownie Eyes (1953), pelo Sexteto Clifford Brown.



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Erasmus na Universidade do Porto




Dados da Reitoria da Universidade do Porto, sobre o número de estudantes estrangeiros inscritos naquela universidade, dão conta de 3708 alunos que não são portugueses, o que representa uma comunidade académica de 12 por cento, percentagem nunca vista. Os alunos são oriundos de 111 países, sendo que uma grande parte está inserida no programa Erasmus.

A Universidade do Porto (UP) guarda uma verdadeira comunidade de estudantes estrangeiros, que já representam cerca de 12 por cento do total de alunos daquela instituição, segundo números divulgados pela reitoria.

Do total dos 32 mil alunos inscritos na UP, 3708 são de nacionalidade estrangeira, o que representa um recorde histórico na instituição, que conta com 111 nacionalidades distintas, na sua comunidade académica.

Uma grande percentagem dos estudantes estrangeiros que frequentam aquela universidade está inserida no programa Erasmus, de intercâmbio entre países. São 1862 ao abrigo deste programa de mobilidade, entre estudantes e investigadores.

Match for Africa

Já imaginou ver o Cristiano Ronaldo a passear calmamente pelas "Las Ramblas" de Barcelona, acompanhado de Leonel Messi, a servir de gentil anfitrião do jogador português?

Talvez já tenha imaginado, mas não sei se alguma vez vai ver essa cena...

Mas se pretender ver esta cena nas ruas de Zurique, com os mesmos personagens, a mesma rivalidade, a mesma fama e uma única diferença... veja o vídeo que se segue, tudo pelas Crianças de África.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Azarenka e Djokovic - Mais Líderes

Terminou o Australian Open e, a partir de agora, apenas dois tenistas estão em condições de conquistar o Grand Slam. Este foi o termo adotado quando o mesmo jogador conseguia o feito de conquistar os quatro torneios principais (outrora designados "majors", mas hoje de "Grand Slams"). Estes são Roland-Garros, Wimbledon, US Open e Australian Open.

O mais interessante é que se tratam de Novak Djokovic e Victoria Azarenka, nem mais nem menos do que os atuais líderes dos rankings ATP e WTA, respetivamente. E numa modalidade em que o fator mental pode desempenhar um papel preponderante, tornando a tarefa de defesa do número 1 muito difícil, a conquista do primeiro Grand Slam do ano só vem reforçar o mérito de ambos os jogadores.



À partida, a tarefa parecia mais difícil para Victoria Azarenka, porque não estava em jogo apenas o bi, mas a disputa direta da liderança do ranking contra a bela Maria Sharapova e a fera Serena Williams. Enquanto as duas arrasavam adversárias e marcavam feitos, Vika sofria com um jogo inconstante. Azarenka vem, por isso, demonstrar que apesar da sua juventude conseguiu ultrapassar as fragilidades mentais que estiveram por trás de algumas atitudes muito criticáveis dentro do court. Mérito seu e do seu treinador Sam Sumik, que conseguiu transformar uma impertinente bielorrussa numa jogadora que poderá fazer história no ténis feminino.

E o que dizer de Novak Djokovic? Não foi uma final brilhante, pelo que a memória do histórico duelo Djokovic - Nadal da temporada transata esteve sempre presente. Diga-se, em abono da verdade, que o estilo de jogo de Andy Murray muito dificilmente proporcionará algum dia duelos históricos, ao nível do que já assistimos entre Roger, Rafa e Novak. Apesar da clara evolução do jogo do escocês, desde que contou com a colaboração de Ivan Lendl, há ainda uma ténue fronteira entre os três primeiros e Andy, sem desprimor para o detentor do ouro olímpico. E essa diferença já não se situa no campo mental, como o foi durante algum tempo, mas essencialmente ao nível do estilo de jogo ofensivo que, em determinados momentos, falta a Murray. Se tem grande capacidade de jogo defensivo, praticamente ao nível de Nadal, ainda terá que trabalhar a transição desse jogo defensivo para o jogo ofensivo, algo que o maiorquino pratica tão bem.



Se é certo que a potencial conquista da segunda partida por parte de Andy poderia dar um rumo diferente aos acontecimentos, também foi seguro para os entendidos do circuito que a partir da conquista da segunda partida, muito dificilmente Djoko deixaria escapar a possibilidade de revalidar o título (na verdade, "trivalidar", já que é o terceiro consecutivo). Foi aí a chave desta final, ficando até a sensação que o sérvio não necessitou de se esforçar ao máximo, frente a um escocês que acusou o golpe. As duas últimas partidas não foram dignas de uma final de Grand Slam, reavivando a memória daquele Andy Murray que entrava nas finais já derrotado. Uma lição para o escocês e a confirmação de que Novak Djokovic é, sem qualquer dúvida, o melhor jogador masculino da atualidade. Será Nadal capaz de lhe fazer concorrência, ou irá o sérvio triunfar em Roland-Garros pela primeira vez, já este ano? 



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Jeremy Chardy



Jeremy Chardy foi a grande surpresa masculina deste Grand Slam da Ásia-Pacífico. Ocupando o lugar 36 do ranking ATP, foi o outsider deste torneio, tendo todos os olhos em cima dele ao derrotar um dos candidatos à vitória, o argentino Juan Martin del Potro. Dotado de uma direita potente e uma excelente movimentação no court, facilitada pela sua elevada estatura e peso equilibrado (fisicamente muito parecido com Federer).

Se é verdade que o ténis francês parece ter ressuscitado na Austrália, com 4 jogadores a atingir os oitavos-de-final, apenas Tsonga parece ter "estatura" para discutir a vitória com os top 3.

Com apenas 24 anos, será capaz Chardy de se afirmar a partir de agora? A verdade é que hoje, Andy Murray não precisou de se esforçar muito para o vencer em menos de 2 horas, por 6-4, 6-1 e 6-2.

115 Winners !

Uma das coisas que Jo-Wilfried Tsonga recordará para sempre, mesmo quando abandonar os courts, será a sua vitória sobre Roger Federer, em Wimbledon 2011, depois de estar a perder por 2 sets. Foi aliás a primeira vez que Federer foi derrotado num Grand Slam, depois de ter vencido os 2 primeiros sets. A partir daí, o suiço venceu os cinco encontros seguintes entre os dois.



O duelo dos quartos-de-final da sessão noturna do Australian Open não defraudou ninguém. Foi um jogo muito bem disputado entre dois jogadores que se respeitam muito e que correspondeu à melhor exibição de ambos. Tsonga levava a lição bem estudada, e sabia que só um jogo agressivo, apoiado no seu excelente serviço (na minha opinião, um dos melhores do circuito), lhe poderia dar o passaporte para a meia-final. Já Roger fez um jogo inteligente, dando o seu melhor nos momentos cruciais, em particular nos tie-breaks do primeiro e terceiro sets, que acabaria por vencer. Na partida final, Federer não perdoou e aproveitou os momentos de menor concentração do francês, para vencer por 6-3.




Dois jogadores ofensivos, que não perdem nenhuma oportunidade de subir à rede. Alguns erros não forçados, mas acima de tudo muitos pontos ganhantes. 75 pontos ganhos na rede, 115 winners e, no final, público satisfeito e dois amigos com o dever cumprido...


sábado, 19 de janeiro de 2013

Simon v Monfils


Mais um encontro épico, desta vez entre dois jogadores franceses. 4 horas e 43 minutos de ténis francês ao mais alto nível. Equilíbrio entre dois estilos bem diferentes é a forma mais simples de resumir este encontro. Com o marcador igualado a 4 no segundo set, os compatriotas Gilles Simon e Gael Monfils partiram para o rally mais longo de que tenho memória, com 71 troca de bolas durante 2 minutos e 9 segundos.

Simon acabou por vencer por 6-4, 6-4, 4-6, 1-6 e 8-6 numa exibição que será lembrada pela garra e determinação.

A quinta partida, que durou 1 hora e 34 minutos, transformou este encontro em mais um momento épico de ténis, no qual ambos os tenistas atingiram os limites do fisicamente possível. Assistidos em cada troca de campo pelo massagista de serviço, Simon no braço e Monfils na perna, deram o melhor de si na última parte do encontro, pleno de emoção e equilíbrio.

Simon aparentava estar naquela fronteira em que fisicamente se está ali no court mas todos os gestos são mecânicos e não refletidos, deixando-se levar pelas decisões do seu compatriota, batendo muito bem a pancada de esquerda e aproveitando algumas direitas para tentar o seu jogo de rede. Monfils deixou de arriscar, mantendo a esquerda a bom nível mas falhando algumas pancadas de direita. Por isso, já os jogadores se arrastavam no court, quando ainda foi possível assistir a trocas de bola com 41 pancadas.

E já perto da 1 hora local, com as bancadas praticamente repletas de um público que reconhecia em cada jogada o esforço dos franceses, Simon concluiu o quinto set por 8-6. Não houve lugar a festejos efusivos, mas antes um forte abraço entre os dois compatriotas, bem cientes que tinham acabado de fazer história.

E qual o prémio para Gilles Simon? Um encontro de quartos-de-final com o vencedor do US Open e terceiro cabeça de série Andy Murray, na próxima segunda-feira.







quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Kimiko Date-Krumm



A figura deste terceiro dia de Australian Open foi, sem dúvida, a japonesa de 42 anos Kimiko Date-Krumm. Kimiko fez hoje história ao ser já a jogadora mais velha a passar à terceira ronda de um GS.

Com os termómetros a marcar 39ºC em Melbourne, a veterana japonesa derrotou a ex número 11 do WTA Ranking, Shahar Peer. Na primeira ronda tinha já eliminado a russa Nadia Petrova, ex número 3 do ranking. Os fãs australianos (melhor dito, os seus pais) tinham já tido a oportunidade de ver a japonesa defrontar Steffi Graf, no longinquo ano de 1994, nas meias-finas deste torneio. 19 anos (a idade de muitas jogadoras) passaram e chega a ser contagiante a alegria e o entusiasmo com que Kimiko joga e fala da sua carreira.

A sua amiga Graf já a aconselhou a encostar a raquete, para constituir uma família, tal como ela. Mas Kimiko não lhe fez a vontade e, assim, conseguiu fazer história. O segredo? Alimentação oriental e muitos banhos gelados.


Aí está o Australian Open!

Terminaram as férias tenísticas e os melhores jogadores de ténis do Mundo já se encontram na Austrália. A 101º Edição do Australian Open teve início no dia 14 de janeiro, ainda em ritmo de passeio, e aí estará até 27 de janeiro.

O Australian Open é, juntamente com Roland Garros, o meu Grand Slam preferido. Incomparáveis, cada um com o seu estilo, mas dois eventos desportivos de sucesso reconhecido mundialmente.



Na verdade, e talvez para espanto de muitos, o Grand Slam da Ásia Pacífico, é hoje considerado o maior torneio de ténis do Mundo. Isto, desde a mudança para o piso sintético do espetacular Melbourne Park, em 1988. O Australian Open foi o primeiro Slam a ultrapassar a marca dos 500 mil espectadores (ano 2000) e dos 600 mil (2008), além de deter hoje o recorde de público para um único dia (80.649 no primeiro sábado de 2012). Este Grand Slam é igualmente o maior torneio do calendário em termos de prémios, atingindo 31,5 milhões de USD, muito favorecido pelo câmbio da moeda local, que hoje vale mais do que o dólar americano. Só para se ter uma ideia, o campeão masculino de singulares levará para casa qualquer coisa como 2,5 milhões de USD, outro recorde.

O Melbourne Park encontra-se no centro da cidade (a 5 minutos de tram e 10 minutos a pé), separado por pontes pedestres do Melbourne Cricket Ground no Yarra Park. Como se vê na fotografia, é um local magnífico para a prática do ténis, assim como de outras modalidades desportivas, tão populares neste país. Com capacidade para 15000 espetadores, a Rod Laver Arena foi o primeiro recinto de ténis a possuir uma cobertura retrátil, que se adapta bem ao clima de Melbourne, com temperaturas elevadíssimas ou chuva intensa. A Hisense Arena, inaugurada em 2000 e com capacidade para 10500 adeptos, também possui um teto retrátil.

Apesar da diferença horária, teremos oportunidade de ver no Eurosport nos próximos dias mais de 300 horas de ténis de qualidade e um grande espetáculo de cor, som e movimento que fazem deste torneio... o esplendor do ténis !