domingo, 5 de janeiro de 2014

Pedro Abrunhosa

Há músicos que estão à frente do seu tempo e só muitos anos mais tarde o seu valor é reconhecido. E então surgem os convites, sucedem-se as entrevistas, as homenagens. Portugal já está acostumado a andar atrasado. A ter falta de visão. A esperar pelo reconhecimento além fronteiras para criar um ídolo.
 
Pedro Abrunhosa, provavelmente, não terá esse sucesso além fronteiras. Apenas por uma razão. Limita-se, como o próprio diz, a narrar histórias desencontradas que se reencontram na Música que escreve. De personagens, por vezes, atormentadas, outras felizes, de sentimentos de perda ou de conquista que acabam por ser comuns a muitos de nós. Para ele, um Disco é cada vez mais um Livro, onde conta a sua Vida tornada palavra e harmonia.
 
E é por isso que em tantos anos de carreira, o 7.º disco de estúdio de Pedro Abrunhosa só agora chega.
 
"Se eu fosse um dia o teu olhar", "Tudo o que eu te dou", "Eu não sei quem te perdeu", "Quem me leva os meus fantasmas" são histórias vividas por nós. E , por nós, escutadas dezenas de vezes. E escutadas por milhões, a avaliar pelas visitas aos vídeos do youtube.
 
"Momento" é uma verdadeira poesia, em forma de música, com direito a videoclip de Manuel de Oliveira.

 

 
"É tão cinzenta a Alemanha. E a saudade tamanha. Quero ir para casa. Embarcar num golpe de asa. Quero voltar para os braços da minha mãe." Esta é a mensagem tão atual que Pedro Abrunhosa, com a excelente voz de Camané, faz questão de deixar aos jovens portugueses que se vêem obrigados a arranjar trabalho noutras paragens, neste último álbum "Contramão", recentemente editado.