sábado, 23 de março de 2013

Clifford Brown



É difícil imaginar um génio do jazz poder ter sido na sua juventude o melhor menino na terra, um aluno aplicado e um filho obediente assim como um tímido tão determinado quanto despretensioso. Em suma: um modelo de equilíbrio e clareza. Mas existiu e chamava-se Benjamin Clifford Brown. Tocava trompete, muito, mas muito melhor do que quase todos os seus rivais. Tinha 25 anos, quando um desses acidentes de carro que continuavam a ensanguentar as estradas da América termina abruptamente a sua carreira meteórica que, apesar de muito breve, evidenciou-se com um brilho excepcional.

Com apenas quatro anos de obra gravada, de março de 1952 até pouco antes da sua morte, em junho de 1956, Clifford entrou para a história do jazz como o trompetista de segunda geração que melhor assimilou as lições de Dizzy Gillespie, Fats Navarro e Miles Davis, sintetizando-as numa linguagem melódica própria, apoiada numa técnica primorosa.


Do album Clifford Brown Memorial Album, Brownie Eyes (1953), pelo Sexteto Clifford Brown.