Pois nem a gripe que afectou Serena, nem a segunda vida de Maria neste torneio, impediram que acontecesse o mesmo de sempre. Superioridade mental, física e tenística de Serena, que deslizava no court tal qual uma gazela, rugindo aqui e ali como uma leoa. A siberiana jogou ao seu melhor nível. Mas o melhor nível de Sharapova não chega para sequer incomodar aquela que é de longe a melhor jogadora da atualidade, e por muitos considerada a melhor de sempre.
No décimo nono confronto entre as duas jogadoras, voltou a ganhar a mesma de sempre. A número 1 da WTA, quando se encontra fisicamente bem, está anos luz diante das suas concorrentes, incluindo a número 2 mundial. Por isso, encaixou a décima sexta vitória nos dezanove duelos diretos.
Munida do melhor serviço do circuito feminino, melhor do que muitos jogadores masculinos, a mais nova das irmãs Williams vence assim o seu décimo-nono título de Grand-Slam, ultrapassando duas legendas do ténis como Martina Navratilova e Chris Evert. O record da Era Open está nas mãos de Steffi Graff, com 22. O record de sempre detém-no uma australiana, Margaret Court, com 24, graças a ter-se coroado 11 vezes em Melbourne. Outros tempos, a fazer pensar quantos teria Serena se jogasse numa época em que quase não havia competição.
A jogadora americana, com 33 anos e 127 dias, é a campeã mais veterana deste torneio da Era Open, que começou em 1968. É também a segunda mais velha a vencer um Grand-Slam, só ultrapassada por Martina Navratilova, que se impôs na erva de Wimbledon com 33 anos e 263 dias.