domingo, 5 de maio de 2013

(Estoril) Portugal Open

Terminou a 24.ª Edição do Estoril Open, este ano baptizado de Portugal Open. Entre 27 de abril e 5 de maio, João Lagos conseguiu trazer a Portugal um leque de jogadores masculinos e femininos que, não sendo a elite do ténis atual, constituía um excelente cartaz. Se é verdade que Juan Martin del Potro foi a baixa de última hora, a sua substituição por David Ferrer, Número 4 do ranking ATP, e a presença de Seppi, Monaco, Wawrinka, entre outros Top 50, não poderiam defraudar quem marcasse presença no Jamor. Já para não falar do Quadro Feminino,o melhor de sempre, com a italiana Schiavoni, vencedora em 2010 de Roland-Garros, e as bem conhecidas Dominika Cibulkova, Julia Gorges, Kuznetsova, entre outras. Infelizmente, nem este quadro de excelência chamou muito público ao Jamor, que se apresentou desoladoramente vazio na maioria das transmissões televisivas a que tive oportunidade de assistir.
 
Seria de todo injusto não ter uma palavra de apreço para João Lagos que, apesar da crise e da falta de patrocinadores, continua a esforçar-se por manter Portugal na rota do ténis internacional, com este Torneio ATP 250. Não foi certamente por falta de publicidade nem pelo preço dos bilhetes que o público não compareceu, mas antes pela falta de cultura desportiva num país que durante muitos anos investiu tudo numa única modalidade desportiva (futebol) e que será confrontado muito brevemente com o resultado falhado dessa aposta, numa altura em que já começamos a apercebermo-nos que até os jogadores da Seleção Nacional são jogadores medianos e quase desconhecidos.



 
Ténis de bom nível foi o que assistimos nas finais feminina e masculina. a russa Pavlyuchenkova venceu por 7-5 e 6-2 a espanhola Carla Suarez Navarro, finalista derrotada da edição anterior do Estoril Open. Treinada por Martina Hingis, a tenista russa fez valer a sua superioridade física, principalmente na pancada de serviço.   A jovem russa de 21 anos conseguiu assim o primeiro troféu na superfície de terra batida e seguirá diretamente para Madrid, onde disputará o Mutua Madrid Open.


E o que dizer da final masculina mais curta da história do Estoril Open? Em apenas 1 hora e 4 minutos, o helvético Stanislas Wawrinka "despachou" o número 4 mundial. O que foi evidente é que Ferrer nem teve tempo de assentar o seu jogo, apoiado numa consistência de fundo de court e numa direita forte e colocada. Wawrinka entrou bem no jogo e o espanhol não conseguiu encontrar soluções para a esquerda cruzada a uma mão, de uma beleza estética de fazer inveja aos adeptos desta pancada, como é o meu caso. Esta esquerda de Wawrinka, que está certamente ao nível da esquerda do seu colega e amigo Roger Federer, aliada a uma direita cruzada angulada em top-spin, foi mais do que suficiente para desfeitear David Ferrer com os parciais de 6-1 e 6-4.