domingo, 8 de junho de 2014

Roland Garros 2014 foi de Maria Sharapova

A final masculina da edição deste ano de Roland-Garros terminou há menos de 10 minutos. Não vou, porque não me apetece, escrever muito acerca desta final. Durou um pouco mais de 3 horas, mas esteve muito longe daquelas finais que estes dois jogadores já nos proporcionaram. E uma final que termina com uma dupla falta, depois da intervenção de um elemento do público, ficará para sempre manchada por isso.
 
Hoje Nadal esteve ao seu nível, mas não ao seu melhor, apenas porque não foi necessário. Já Djokovic esteve tão longe daquilo a que nos habituou, com tantas esquerdas falhadas e com uma direita que não desenvolvia. Só ele poderá explicar o que lhe aconteceu e por que razão não foi capaz de nos oferecer mais um grande duelo, que tanto apreciamos. O court é lento, as bolas não rolavam, o adversário apenas perdeu 1 encontro dos 89 que disputou em RG? Tudo isso ou mais alguma razão? Para a história ficam os parciais de 3-6, 7-5, 6-2 e 6-4.
 
A final feminina acabou por ser indubitavelmente o grande duelo deste Roland-Garros 2014! Ganhou com grande vantagem à final masculina e a qualquer outro duelo a que tive oportunidade de assistir. Só porque, ao contrário do que aconteceu com o torneio masculino, Simona Halep e Maria Sharapova jogaram ao seu melhor nível, desde o primeiro até ao último minuto, que aconteceu já com mais de 3 horas disputadas (quase tanto como a final masculina).
 
A romena tem um jogo muito equilibrado, sem pontos fracos notórios. A sua estatura não lhe permite ter um grande serviço, ao contrário da sua opositora, mas a rapidez com que se move e o excelente jogo de pés, permitem-lhe chegar sempre cedo à bola, jogando bem dentro do court. Um equilíbrio entre jogo ofensivo e poucos erros não forçados irão permitir-lhe estar no top-5 nos próximos anos e, muito provavelmente, chegar a número 1 mundial. No entanto, Muguruza e Bouchard têm a seu favor o aspeto físico, que pode fazer a diferença.

E o que dizer de Sharapova? A russa tem apenas 27 anos mas tanta experiência que já é uma veterana do ténis. Essa experiência pode ajudá-la em certas situações do jogo, como na conquista das 4 últimas partidas deste torneio, após ter perdido o primeiro set. Mas para quem, como eu, tem acompanhado os últimos anos do ténis feminino, observou uma nítida melhoria do aspeto físico e da movimentação da russa dentro do court. Mas o que mais me surpreendeu foi o espírito de sacrifício que esta modelo russa ganhou neste último ano, correndo no fundo de court atrás de cada bola e disputando cada ponto com aquela garra que a caracteriza (como se vê na foto).
 
Maria Sharapova elevou o nível do seu ténis e eliminou as 3 revelações deste torneio (Murguruza, Bouchard e Halep) e ainda uma ex-campeã de Roland-Garros (Samantha Stosur), depois de ter perdido o primeiro set. Já aqui escrevi que não apreciei nada o jogo da russa quando tive oportunidade de assistir ao vivo a uma meia-final de RG. No entanto,  parece-me que esta trajetória demonstra bem a capacidade física, psicológica e tática desta grande campeã, que foi a grande heroína deste Open de França de 2014. Parabéns Maria!

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