domingo, 6 de julho de 2014

Aquele smash... Roger !


Pai de 4 filhos, Roger Federer sabe agora e mais do que nunca, que há mais coisas na vida do que encontros de ténis. Mas perder assim, depois de 4 horas de um renhido duelo frente a Novak Djokovic (6-7(7), 6-4, 7-6(4), 5-7, 6-4) dói. Mas é provável que tenham saído desta memorável final mais tristes os adeptos e fãs de Roger, do que o próprio. Ou talvez não...

Doeu porque nós, os mais atentos e seus admiradores, sabemos que foi aquele ponto (um único ponto, em mais de 300 pontos disputados) que derrotou Federer. Foi aquele smash no jogo de serviço do sérvio (quando estavam empatados 15-15, 4-4 na 5.ª partida) que sentenciou esta final.  Tudo tão equilibrado até aí, Roger sobe à rede e teve a oportunidade de fazer o 15-30, que o deixaria a 2 pontos de fazer o break (4-5). Depois teria o seu serviço, que estava a entrar tão bem nesta quinta partida, para fechar e sagrar-se campeão. Mas falhou... fez aquilo que ainda não tinha feito até aí, e que é tão raro acontecer, falhou um smash winner e a bola acaba na rede. O encontro terminava aí, e nós, que conhecemos tão bem RF, sabíamos disso...

Aquele smash, depois de cumpridas quase quatro horas de encontro, não mais largou a cabeça do suíço. A sua expressão facial revelava que essa bola foi considerada por Roger a sentença final. A partir daí perdeu a confiança no seu jogo e até a crença na conquista do seu 18 GS que deixaria os seus milhões de admiradores tão felizes... Tudo acabou aí, nesse smash... nesse movimento rápido diagonal... estatelado na rede. Djoko também sentiu isso e a partir daí só teve que passar as bolas para o outro lado do court. Mais sete bolas até ao final do encontro. Sete bolas tristes, cada uma das quais terminava na rede ou fora do court, com erros não forçados do suiço, como se fossem apunhalando os corações daqueles que acreditaram ainda assistir à conquista de mais um Grand-Slam para o seu ídolo.

E Roger, ao olhar à volta do Court Central de Wimbledon e observar Djokovic a saltar para a "box" da sua equipa e celebrar este troféu com os seus, foi invadido por aquela tristeza momentânea de saber que faltou tão pouco para ser ele a estar naquele lugar. Os seus olhos voltam-se na direcção da sua equipa, dos seus amigos, do seu pai, da sua esposa e das suas duas filhas. E, de repente, a vida volta a sorrir-lhe... afinal  de contas, Roger, a vida não é assim tão má...





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