quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Azarenka v Kerber

Nem sempre as finais de Grand Slams são muito bem disputadas, mas raramente alcançam o nível do encontro de estreia da número 1 mundial, Victoria Azarenka, no WTA Championship de Istambul. Foi de fato um prazer seguir as 3 horas e 6 minutos de duração deste encontro que opôs Azarenka à alemã Angelique Kerber, atual número 5 do ranking. A primeira partida, que teve mais de 1 hora de duração, foi provavelmente a mais bem disputada deste ano, corroborando a opinião dos comentadores do Eurosport. Vika dispôs de 5 set-points no tie-break e terá sido certamente a primeira vez desde que lidera o circuito feminino, que não aproveitou nenhum deles e, mérito do serviço da esquerdina Kerber, acabou por perdê-lo por 6-7 (11-13).  A provar o estilo ofensivo das duas jogadores, em particular da bielorrussa, nas estatísticas deste grande encontro encontramos mais pontos-ganhantes (winners) do que erros não forçados.
 
Angie Kreber e Vika Azarenka
Surpreendentemente, Kerber terminou o encontro com mais 4 winners do que Vika (49 contra 45) e mais 3 erros não forçados (43 contra 40). Isso deve-se à grande capacidade defensiva da alemã, que com grande esforço físico no fundo do court soube combater o jogo vertical e explosivo da bielorrussa. Não me recordo de ter assistido a um encontro de ténis feminino com 99 winners, em 3 sets.  O nono jogo da segunda partida traduz bem a batalha entre as duas jogadores, quando já com 1 hora e 50 minutos nas pernas (e nos braços)  e depois de 9 vantagens nulas e 13 minutos e 26 segundos, Kerber arranca o 4-5. Vika cheirou a derrota e procurou concentrar-se (curiosa a relação da jogadora com o seu treinador Samuel Sumyk, sempre impávido e sereno como que a comunicarem por telepatia, pois não há gestos nem sinais). No jogo seguinte, deu-se a reviravolta do encontro, não sem antes Azarenka ver-se obrigada a salvar dois match-points, o que fez de maneira sublime, sempre em grande estilo ofensivo e sem pejo em concluir o ponto na rede (33 pontos ganhos na rede em 45 subidas é também raro no ténis feminino). É sem dúvida um estilo de jogo que eu aprecio e que me faz estar mais de 3 horas colado a um monitor, no mesmo dia e à mesma hora em que há jogos de futebol da Liga dos Campeões. Obrigado Vika! Obrigado Angie!

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