domingo, 28 de outubro de 2012

Williams v Sharapova

Foi uma final do WTA Championships 2012 sem grande história. Serena Williams sai de Istambul como terceira do ranking WTA, mas quase unanimemente considerada como a melhor jogadora de 2012 e uma das maiores de sempre. Depois de quase um ano parada, a recuperar de problemas de saúde, Serena regressou à competição com muita vontade de jogar e, talvez, a praticar o melhor ténis da sua longa carreira. Serena, 31 anos, é a veterana do ténis feminino e, talvez por isso e pela sua forma de estar, a mais respeitada e temida pelas suas adversárias. E que o diga Maria Sharapova, capaz de cilindrar sem qualquer piedade uma adversária menos cotada (tanto melhor se conseguir um duplo 6-0), mas que parece fraquejar quando tem pela frente esta americana possante e musculada.

Serena Williams e Maria Sharapova
 
Sharapova até entrou bem no encontro, mas o serviço forte e colocado de Serena (recordista de ases no circuito feminino) não lhe permitiu dispor sequer de um ponto de break. E bastou à americana quebrar uma vez o serviço da russa, que já tinha a bola nos pés quando ainda terminava o seu movimento de serviço (muitos serviços e winners de Serena ultrapassam em velocidade o de muitos jogadores masculinos) para fechar a primeira partida por 6-4. A segunda partida foi ainda mais rápida e aí viu-se uma Sharapova conformada com a superioridade de Serena, que disparava winners de direita, de esquerda, quase todos da linha de fundo (para além dos 11 ases). A tenista russa, mais uma vez, curvou-se diante da única jogadora da atualidade que verdadeiramente teme, embora termine o ano uma posição acima da americana.
Sharapova tem, reconhecidamente, muitos atributos, um dos quais a garra com disputa cada ponto, como se fosse a última coisa que fizesse em vida. No entanto, o seu jogo baseado no serviço, na potência e nas bolas paralelas, é demasiado previsível e até enfadonho. Quando sobe à rede (coisa que sucede no máximo 2 vezes em cada set) fica sempre desorientada sem saber o que fazer, perdendo a noção de espaço. Ver um encontro de ténis ao vivo é muito diferente da televisão. Quando tive a oportunidade de ver jogar Sharapova numa das meias-finais de Roland Garros, confesso que saí desiludido com o seu estilo de jogo. Jogadas com poucas trocas de bola (a maioria acaba logo no serviço ou na resposta), sem subidas à rede e, no fundo, sem aqueles pontos espetaculares, variados e imprevisíveis que fazem vibrar os espetadores. Assistir a um jogo da italiana Sara Errani é tudo o contrário...um verdadeiro repertório.

Hoje tive vontade de voltar a assistir àquela encontro de que aqui já dei conta, entre Kleber e Azarenka, e que considero o mais bem disputado do ano. 

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