terça-feira, 4 de junho de 2013

Sara Errani

As atenções estavam viradas, nesta terça-feira, para o duelo feminino Serena Williams-Svetlana Kuznetsova. A tenista russa, que foi prematuramente eliminada na edição deste ano do Portugal Open, vendeu cara a derrota e conseguiu a proeza de conquistar o primeiro set do torneio à número um mundial.

Mas não terá sido por acaso que o encontro escolhido para o Court Philippe Chatrier foi aquele que opunha a vice-campeã da edição 2012 do Torneio de Roland-Garros, Sara Errani, à polaca Agnieszka Radvanska. E os milhares de espectadores que presenciaram a partida não deram por mal empregue o tempo que ali passaram, que culminou com a vitória da italiana.


Se é certo que, quando comparado com a primeira batalha, esta parecia jogar-se em slow motion, é ainda mais certo que o esplendor do ténis saiu reforçado deste duelo, que muito justamente foi considerado pelo Eurosport, o Duelo do Dia. E a razão é muito simples...

O ténis físico de Williams e Kuznetsova deu lugar a um ténis cerebral, pensado, inteligente.

A bola amarela, quase esmagada nas raquetes da americana e da russa, foi ali muito bem tratada e, em muitas ocasiões, acariciada pelos amorties e lobs sistemáticos da italiana e da polaca.

Não tenho nada contra o ténis físico, a potência de bola, os sprints. Mas aprecio de facto o ténis criativo, variado, inesperado, inteligente. E quem melhor do que Errani e Radvanska para nos proporcionarem esse ténis.

Já sabemos que muito dificilmente alguma destas jogadoras entrará no Top 4 mundial. Por outro lado, Sara Errani com o seu 1,64 m e 58 kg, já é número 5 e tel elevado bem alto o nível do ténis italiano. Além disso, é só, juntamente com a sua amiga e compatriota Roberta Vinci, a número 1 mundial de pares femininos. E, no ano passado, além de ter conquistado o Torneio de Roland-Garros em pares femininos, foi vice-campeã em singulares.

Como nota pessoal, e enquanto espectador, não posso deixar de dizer que assistir a uma meia-final feminina de Roland-Garros em que jogue Sara Errani é muito mais emocionante do que outra em que jogue Maria Sharapova. Tive essa experiência, no Philippe Chatrier em 2012, onde assisti à empatia que se cria entre Errani e o público, fruto da sua garra e criatividade, em contraponto à frieza e ao ténis mecanizado de Sharapova. Além disso, tendo tido oportunidade de estar a poucos metros de Errani, pude igualmente presenciar o carinho que os adeptos italianos têm por esta pequena jogadora, que lhes retribui com o sorriso e simpatia.

São coisas que não transparecem nos ecrãs de televisão, mas que fazem desta pequena italiana uma grande jogadora!

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